Nesta quinta-feira, 4 de dezembro, é celebrado o dia de Santa Bárbara, a protetora de tempestades, raios, relâmpagos e trovões. A data é marcada por uma festa tradicional no centro histórico de Salvador, na Bahia, onde centenas de fiéis se reúnem no Largo do Pelourinho antes mesmo das 8h, pintando as ruas de vermelho, cor associada à santa. A celebração é uma das principais da cidade e atrai muitos devotos.
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Santa Bárbara é considerada também a padroeira dos artilheiros, mineiros, bombeiros e todos que trabalham com fogo. Ela é sincretizada como Iansã, orixá dos ventos, tempestades, trovões e guerra, nas religiões de matriz africana, como o Candomblé e a Umbanda. Acredita-se que Santa Bárbara tenha nascido em Nicomédia, atual Turquia, no ano de 280 e se convertido ao cristianismo, o que levou à sua tortura e morte, aos 37 anos, decapitada pelo próprio pai, Dióscoro. Ele mesmo a denunciou às autoridades romanas e, de acordo com a lenda, morreu logo depois do assassinato da filha, quando um raio caiu sobre ele e o matou.
A tradição da festa de Santa Bárbara em Salvador surgiu no Morgado de Santa Bárbara, no Comércio, onde Francisco e Andressa Lago construíram uma capela para a santa e faziam homenagens a ela sempre em 4 de dezembro. O local era antes um polo comercial com presença de africanos escravizados. A celebração passou a ser realizada no mercado do centro histórico da cidade após um incêndio atingir a capela em 1899, quando a imagem da santa não foi danificada. Desde então, a festa de Santa Bárbara se tornou uma das principais da cidade, atraindo milhares de devotos e simpatizantes.
A canonização de Santa Bárbara pela Igreja Católica se deu em função de seu martírio e recusa em abandonar sua fé até a morte. Hoje, ela é invocada também pela luta contra a violência e mortes de mulheres. A festa de Santa Bárbara é uma das manifestações culturais mais importantes da Bahia e uma das mais representativas do sincretismo religioso no Brasil.